terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

De Ferreira Gullar, a nossa inspiração...


SUBVERSIVA

A poesia

Quando chega

Não respeita nada.

Nem pai nem mãe.

Quando ela chega

De qualquer de seus abismos

Desconhece o Estado e a Sociedade Civil

Infringe o Código de Águas

Relincha

Como puta

Nova

Em frente ao Palácio da Alvorada.

E só depois

Reconsidera: beija

Nos olhos os que ganham mal

Embala no colo

Os que têm sede de felicidade

E de justiça.

E promete incendiar o país.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Somos diversos... dizedores de versos.


Criado em Salvador, em meio ao setembro primaveril de 2007, o grupo “A Poesia Quando Chega...” é uma congregação de profissionais de diversas áreas, que juntos vivenciam o prazer de ler e falar poesia. Formado a partir do workshop “Falando poesia sem ser chato”, com a atriz e poeta, Elisa Lucinda e a atriz Geovana Pires, pela sua Escola Lucinda de Poesia Viva.

O workshop funcionou como uma semana de imersão poética, na qual todos os alunos provariam da “utilidade da poesia” dentro de suas próprias vidas, através do reconhecimento e identificação dos textos de vários poetas brasileiros, buscando o seu sentido, o seu tempo, suas emoções e o uso da palavra poética em um tom mais coloquial, fugindo do “modo declamado” já conhecido e, como culminância deste trabalho, foi realizado um recital chamado “A poesia Quando Chega...”, no Hotel Sofitel Quatro Rodas, em Salvador.

“...parece uma ‘clínica de desintoxicação’, onde os alunos entram totalmente “dependentes” daquela infame musiquinha de “batatinha quando nasce”, como se fosse uma ordem, como um uniforme melódico a aprisionar as inúmeras possibilidades dos poemas. Aqui, na Escola Lucinda de Poesia Viva, preparamos recitais que não deixam ninguém dormir na platéia, pelo contrário, emocionam, divertem e ainda ensinam. Quando a pessoa larga o “vício”, também se torna mais verdadeira com as palavras da sua vida particular; depois que aprende a falar poesia assim, como quem conversa de uma maneira bem coloquial, ela sai por aí pregando a palavra poética”.(Elisa Lucinda)

Pois é, como diria Ferreira Gullar, “A poesia quando chega, não respeita nada”. E não respeitou mesmo. A vontade desta turma garantiu a continuidade dos encontros e das atividades. E mais! A poesia possibilitou a formação de um verdadeiro núcleo de convivência (com divertidos encontros semanais), de afeto e de estudos literários para “dizedores de versos”, que hoje, adota como o nome a lembrança e a dilacerante coragem do seu primeiro recital.

E é dizendo versos que o grupo “A poesia Quando Chega...” transcende os seus constantes encontros poéticos e leva a poesia às pessoas. Atualmente, sua meta maior é comunicar a palavra poética através de recitais, saraus e outras intervenções poético-musicais, nas livrarias, bibliotecas, salas de aula, centros culturais e teatros da cidade Salvador. Dentre os trabalhos realizados estão: o Recital “A Poesia Quando Chega...” em setembro de 2007, “A poesia quando chega à CASACOR” em outubro de 2007 (evento em parceria com o apoio da Galeria do Livro /CASACOR Bahia 2007), “A Poesia Quando Chega falando Adélia e Quintana”, em janeiro de 2008, na livraria Galeria do Livro, grande parceira de suas empreitadas.

Assim, como todo trabalho feito com afinco possibilita o reconhecimento, o grupo “A Poesia Quando Chega...” hoje se orgulha em firmar a parceria com Escola Lucinda de Poesia Viva, cuja sede fica no Rio de Janeiro, para a constituição de seu núcleo em Salvador, através do qual serão realizados os workshops, palestras e eventos com a atriz Elisa Lucinda e sua equipe. Além disso, o grupo ainda destaca suas firmes parcerias, com a Galeria do Livro, que tem sido o principal apoiador na realização de seus recitais e com o Restaurante Natural Ramma, pelo acolhimento em sua estrutura física, na realização dos encontros poéticos.

Deste modo, a poesia chegou e tem se consolidado e a experiência de vivenciá-la tem reinventado a todos. Assim, o “dizer poesia” passou a fazer mais “sentido” e a ser mais do que falar as palavras dos outros, mas sim a descoberta do sentimento que há em cada palavra falada.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008